Acordeões do Mundo



Concertos

Danças Ocultas | 30 Anos (Portugal)

Até 9 de novembro | 21h30 às 22h45
Teatro-Cine de Torres Vedras

Danças Ocultas estão entre os representantes mais inovadores e mais emocionantes da música contemporânea Portuguesa. Há já alguns anos que têm vindo a progredir no universo da World Music internacional com um conceito aparentemente muito simples: calmo, lírico, íntimo, entre o tradicional e o contemporâneo, com apenas quatro acordeões diatónicos.

Artur Fernandes, Filipe Ricardo, Filipe Cal e Francisco Miguel são os músicos que compõem Danças Ocultas. O nome do quarteto surge da criação de música para a qual a dança ainda não foi inventada. A inspiração vem da música de câmara, do Nuevo Tango e de outras músicas tradicionais urbanas. "Folk impressionista" é talvez o melhor rótulo para essa música de arte intemporal: minimalismo, pinturas sonoras profundas cheias de reviravoltas inesperadas e nobre melancolia. Música muito especial – é impossível escapar ao seu magnetismo.

 

Acordeão Diatónico: Artur Fernandes; Filipe Ricardo; Filipe Cal; Francisco Silva
Desenho de Luz: Alexandre Coelho
Sonoplastia: Nuno Rebocho 


Crédito Fotográfico: Alípio Padilha

Janusz Prusinowski Trio: Harmonia Polska (Polónia)

Até 8 de novembro | 21h30 às 22h45
Teatro-Cine de Torres Vedras

Músico, cantor, compilador de música tradicional e fundador de uma casa de espetáculos em Lublin (Polónia), Janusz Prusinowski e a sua equipa foram, nos últimos anos, essenciais para o renascimento da música popular polaca.

Prusinowski toca harmonia polska, um tipo de acordeão fabricado em pequenas oficinas da Polónia, personalizado ao gosto do cliente, em zonas onde o trabalho artístico em madeira, metalurgia e couro era muito comum. Atualmente, este tipo de acordeão já não se fabrica, motivo pelo qual estes instrumentos são raros e muito procurados por colecionadores, músicos e melómanos.

Além fronteiras, o grupo de Janusz Prusinowski tem levado a sua música a diversos países e continentes. O músico tem sido alvo de grande reconhecimento e, em finais de 2014, é premiado com a medalha de Bronze Gloria Artis, do Ministério da Cultura e património polaco, galardão que reconhece uma vida dedicada à recuperação, promoção e valorização da música tradicional polaca. Em 2018 é um dos nomeados para o prémio Bem Comum, pelo governo polaco

 

 

Janusz Prusinowski: voz, harmonia polska
Michał Żak: instrumentos de sopro
Piotr Piszczatowski: percussão tradicional

Melingo (Argentina)

Até 2 de novembro | 21h30 às 22h45
Teatro-Cine de Torres Vedras

O músico argentino apresenta-se de novo em Portugal, em quinteto, com novo repertório e, claro, as suas músicas mais conhecidas.

Ao vivo, Melingo, voz marcada pela vida, é um portento de alma e emoção, que consegue incorporar o lado maldito do rock de Nick Cave e da chanson de Serge Gainsbourg na criação elevada por Gardel até à condição de banda sonora por excelência das vielas de Buenos Aires. Em Paris, Melingo ainda aprendeu algo do cabaret que faz com que a sua música soe melhor com luzes baixas e um copo na mesa em frente a nós. As suas canções pegam no tango e retorcem-no, sem nunca o descaracterizar. Melingo soa perfeito por cima de bandoneon e baixo, por cima de trombone ou guitarra. Ao vivo, é um ator possuído que vive as histórias negras de que falam as canções. No britânico Guardian afirmou-se que "a extravagante teatralidade dos seus concertos irá conduzir Melingo ao sucesso internacional." Sem dúvida.

A editora Mañana foi criada por Eduardo Makaroff dos Gotan Project para explorar a nova vitalidade do tango e a sua primeira aposta recaiu, precisamente, sobre Daniel Melingo. Melingo, como já se escreveu, é o seu próprio mito: foi estrela dos palcos rock alternativos da Argentina na década de 80, ajudou a inventar a movida de Madrid, e estudou todos os mestres, de Gainsbourg a Nick Cave, de Tom Waits à lenda do tango El Polaco. Em 2005 Melingo editou o aplaudido Santa Milonga e imediatamente estabeleceu uma imagem reinventada, já longe do rock, embora ainda perfeitamente rebelde. Com o segundo álbum, Maldito Tango, a transformação completou-se e Melingo surgiu como uma alma danada, fugida das imagens clássicas do tango para pegar no legado de Gardel e reinventá-lo, com teatro, com alma, com estilo. A propósito de uma passagem sua pelo Royal Festival Hall, em Londres, escreveu-se no Guardian que Melingo tem em Maldito Tango um excelente álbum, mas que ainda assim não nos prepara para a pura eletricidade da sua performance.

 

Voz, Clarinete: Melingo
Guitarra, Bouzouki: Muhammad Habbibi Guerra
Teclados, Baixo: Juan Ravioli
Bateria, Samples: Rodrigo Gomez
Bandoneon: Facundo Torres 


Crédito Fotográfico: ©Thrassos Irinis

João Barradas & Vítor Rua | Diálogo (Portugal)

Até 1 de novembro | 21h30 às 22h45
Teatro-Cine de Torres Vedras

Este “Diálogo” entre João Barradas e Vítor Rua é uma viagem idiomática, um painel de linguagens entre os tutti. A variação e a multiplicidade idioletal torna insuscetível qualquer classificação estilística e tipológica unívoca, pois este espetáculo é uma montagem heterofónica, um fluxo descontínuo e desconstrutivo, com diferenciadas frentes idioletais e idiomáticas.

O idioleto, ou seja, o discurso singular e privado destes músicos, é uma função esquizóide, impõe o seu selo a toda a sintomatologia, exibe um código, privado e independente, de um só locutor, emerge da significação catártica da experiência musical.

 

 

João Barradas
João Barradas é um dos mais conceituados e reconhecidos acordeonistas europeus, movendo-se, simultaneamente, entre a Música Clássica, o Jazz e a música improvisada.

Venceu alguns dos mais prestigiados concursos internacionais, dos quais se destacam, entre outros, o Troféu Mundial de Acordeão, que venceu por duas vezes, o Coupe Mondale de Acordeão, o Concurso Internacional de Castelfidardo e o Okud Istra International Competition.

Tem colaborado com diversos músicos de renome, nomeadamente com Greg Osby, Gil Goldstein, Mark Turner, Miles Okazaki, Aka Moon, Mike Stern, Wayne Escoffery, Fabrizio Cassol, Mark Colenburg, Jacob Sacks, Sérgio Carolino, Pedro Carneiro, entre muitos outros.

Em 2016 grava, com a editora nova iorquina Inner Circle Music, o seu primeiro álbum enquanto líder. Directions conta com a produção de Greg Osby e com as participações de Gil Goldstein e Sara Serpa. O grupo é formado por João Barradas (acordeão), André Fernandes (Guitarra), João Paulo Esteves da Silva (Piano), André Rosinha (Contrabaixo) e Bruno Pedroso (Bateria). Directions foi considerado um dos melhores álbuns do ano pela revista Downbeat, aparecendo na sua prestigiada lista "Best Albums of The Year".

 

Vítor Rua
Músico, compositor, produtor e musicólogo, Rua partiu do rock e tem atravessado diversos idiomas e estilos musicais, nomeadamente na área da música minimal, música improvisada, jazz ou música concreta.

Com Jorge Lima Barreto integrou os históricos TELECTU. Além da sua atividade a solo e em colaboração com diversos músicos e artistas, nacionais e internacionais, Vítor Rua tem ainda desenvolvido uma profícua atividade com os The Metaphysical Angels.